quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2011

há um ano estava ansiosa para realizar um dos meus sonhos. estudar na França.
passou-se então um ano: para concretizar, para desiludir, para sonhar, ganhar experiências - conhecer um pouco mais dessa vida, nem tão doce, nem tão amarga. simplesmente sentindo a si mesma.
e, apesar de não sentir que esse ano acaba-se (mas continua-se nessa roda intermitente do tempo), que venha doismileonze, com todos afetos e desafetos. porque como diz meu pai, a vida é muito curta para não ser devorada com ilimitada paixão.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

te amo

suas mãos são minha carícia
meus acordes cotidianos
te amo porque suas mãos
trabalham pela justiça

se te amo é porque você está
meu amor minha cúmplice em tudo
e pela rua intimamente
somos muito mais que dois

seus olhos são meu feitiço
contra o dia ruim
te amo por seu olhar
que olha e planta o futuro

sua boca que és tua e minha
sua boca que não se equivoca
te amo porque sua boca
sabe gritar rebeldia

se te amo é porque está
meu amor minha cúmplice em tudo
e pela rua intimamente
somos muito mais que dois

e por seu rosto sincero
e seu passo vagabundo
e seu choro pelo mundo
porque são pessoas te amo

e porque amor não é auréola
nem cândida ou moral
e porque somos um casal
que sabe que não está só

te amo em meu paraíso
ou seja que em meu país
a gente viva feliz
ainda que não tenha permissão

se te amo é porque você está
meu amor minha cúmplice em tudo
e pela rua intimamente
somos muito mais que dois

[encantada com el amor, las mujeres y la vida. mario benedetti.]

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

hagamos un trato

Compañera
usted sabe
que puede contar
conmigo
no hasta dos
o hasta diez
sino contar
conmigo

si alguna vez
advierte
que la miro a los ojos
y una veta de amor
reconoce en los míos
no alerte sus fusiles
ni piense qué delirio
a pesar de la veta
o tal vez porque existe
usted puede contar
conmigo

si otras veces
me encuentra
huraño sin motivo
no piense qué flojera
igual puede contar
conmigo

pero hagamos un trato
yo quisiera contar
con usted
es tan lindo
saber que usted existe
uno se siente vivo
y cuando digo esto
quiero decir contar
aunque sea hasta dos
aunque sea hasta cinco
no ya para que acuda
presurosa en mi auxilio
sino para saber
a ciencia cierta
que usted sabe que puede
contar conmigo

m. benedetti.

domingo, 26 de dezembro de 2010

despedida

um abraço e olhos marejados.
até daqui a pouco, meu amor.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

dolce

I was sitting on the ocean's shore,
at the very edge of the island.
all day my soul was aching;
it was trying to tell me something.
all day a tempest was raging,
a hot rains was falling
bringing down the trees.
it seemed the ocean
would engulf the island.
suddenly everything became still.
I understood why I was in such
pain all day.
for many weeks my soul had journeyed
throng the book of the fates of people
who had become dear to me
on this island…
unceasingly I leaf through these pages,
every time I begin again with
the first page

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

sexta-feira

o fato de o amor ser recíproco, não impede a possibilidade de um dos dois, antes do inesperado, abandonem-se pela distância.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

segunda-feira

penso naquela mulher que caminha sozinha entre as ruas de negrume cintilante.
quantos homens amou. quantos irá amar.
na garoa fina que cai, o inevitável fim. da água que escorre céu abaixo, rompendo o ar, para tornar-se poça, estagnada em seu próprio repouso.
nas luzes dos postes, o amarelo que quer ser vermelho, deixando ainda mais escuras as silhuetas das árvores que perpassam seu caminho.
nas cartas que recebeu e que nunca abriu. por medo, ou por adiar certa felicidade.
a chuva engrossa, e os passos continuam. pés desnudos com um sapato que insiste em reclamar sua existência.
pensando nessa mulher, que ao chegar em casa, quer separar-se do cotidiano veloz que, inevitavelmente, acordará amanhã, mas agora sem a chuva para lhe acompanhar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

domingo

sempre que penso muito em uma pessoa, fico imaginando que ela também pensa em mim.
como se tivesse alguma razão por ela estar tão forte em minha cabeça.
*
lendo Clarice,
"o caminho da arte, e a independência que ele requer, é uma caminho terrível. aqueles que não tem um lobo dentro de si não são, por essa razão, felizes.
muitos artistas pertencem a essa espécie. essas pessoas todas sabem que tem duas almas, dois seres dentro de si, nos quais o divino e o diabólico, o sangue da mãe e o sangue do pai, a capacidade para a felicidade e o sofrimento, estão atados de modo tão apertado e conflituoso como o lobo e o homem"
*
ontem, ao me perguntarem o que o desenho nas minhas costas significava, respondi com uma pergunta. pensando no exercício (castrado) da subjetividade.

sábado, 4 de dezembro de 2010

três da manhã

o mesmo caminho que fizemos há três dias. na paulista, trabalhadores esforçando-se em colocar nos postes, enfeites no meio da avenida. só nós, ouvindo piaf. um cinto teimoso e a câmera na mão, registrando o vento que passava entre os semáforos verde-vermelhos. passando pelo centro, avenida escuras, iluminadas amareladamente pelos tantos meninos que dormiam na rua.

me perdendo pelas ruas, pegando outro sentido. mesmo quando a vontade e a necessidade insistem em pegar o caminho certo, desvio e vou pela rodovia mais longa. porque tudo sempre é com grande emoção.

ao lado, o assento tornou-se vazio. e a avenida hoje, estava repleta de carros, insistentes em fotografar um natal luminosamente irreal.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

urgência

o que ajuda quando há falta de ar motivada pela ausência?

Cortázar

Se dibuja, así, una estrellita en lo alto de la página, y el campo operatorio queda claramente demarcado. La mano que empuña el bisturí desciende hacia una carne todavía virgen, la blanca piel que va a hendir mientras el cirujano escucha como desde muy lejos la profunda respiración del tiempo amarrado, anestesiado. ¿Pero quién duerme, quién escucha?...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

garcía lorca

Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas la están mirando
y ella no puede mirarlas.
Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendra? ¿Y por dónde...?
Ella sigue en su baranda,
Verde came, pelo verde,
soñando en la mar amarga.
--Compadre, quiero cambiar
mi caballo por su casa,
mi montura por su espejo,
mi cuchillo per su manta.
Compadre, vengo sangrando,
desde los puertos de Cabra.
--Si yo pudiera, mocito,
este trato se cerraba.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
--Compadre, quiero morir
decentemente en mi cama.
De acero, si puede ser,
con las sábanas de holanda.
¿No ves la herida que tengo
desde el pecho a la garganta?
--Trescientas rosas morenas
lleva tu pechera blanca.
Tu sangre rezuma y huele
alrededor de tu faja.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
--Dejadme subir al menos
hasta las altas barandas;
¡dejadme subir!, dejadme,
hasta las verdes barandas.
Barandales de la luna
por donde retumba el agua.
Ya suben los dos compadres
hacia las altas barandas.
Dejando un rastro de sangre.
Dejando un rastro de lágrimas.
Temblaban en los tejados
farolillos de hojalata.
Mil panderos de cristal
herían la madrugada.
Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
Los dos compadres subieron.
El largo viento dejaba
en la boca un raro gusto
de hiel, de menta y de albahaca.
¡Compadre! ¿Donde está, díme?
¿Donde está tu niña amarga?
¡Cuántas veces te esperó!
¡Cuántas veces te esperara,
cara fresca, negro pelo,
en esta verde baranda!
Sobre el rostro del aljibe
se mecía la gitana.
Verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Un carámbano de luna
la sostiene sobre el agua.
La noche se puso íntima
como una pequeña plaza.
Guardias civiles borrachos
en la puerta golpeaban.
Verde que te qinero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar.
Y el caballo en la montaña.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

bemol

acordei como se tudo estivesse coberto com uma rede de mentiras. desconfiada, até o sol me desafiava a tentar encontrar o que era fidelíssimo dentro das relações humanas e das estruturas de poder.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

15 dias

a partir de hoje serão 15 dias.
ele me disse que todas as relações tem prazo de validade. a nossa tristeza e alegria é saber que tudo, de certa forma, acaba no dia 30 de novembro de 2010.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

a felicidade de uns

peixes amigos amados
amantes dos que foram pescados em tamanha quantidade
vocês assistiram a esta calamidade
a esta coisa horrível
a esta coisa terrível
a este tremor de terra
a pesca milagrosa
peixes amigos amados
amantes dos que foram pescados em tamanha quantidade
dos que foram pescados em tamanha quantidade
dos que foram pescados cozidos comidos
peixes...peixes...peixes
como vocês devem ter rido
no dia da crucificação.

jacques prévert

domingo, 7 de novembro de 2010

call me darling

em 48 horas. tudo passou rapidamente. demorarei algumas semanas para entender todo esse momento feroz. fui engolida pelo instante, e não penso outra coisa do que seguir em frente. lembrei-me de uma frase de meu pai: caminhante não há caminho, o caminho se faz ao caminhar. (ou algo assim.)

domingo, 31 de outubro de 2010

25

hoje é meu aniversário.
igual a todas as outras pessoas, passo o dia refletindo o que foi feito nos anos anteriores. no ano passado, passei a virada saindo do trabalho, indo para um samba com amigos. estava no carro quando eles repentinamente começaram a cantar parabéns. tive um lampejo de alegria. eu era querida.
nos anos passados não foram tão bons. sempre criava muita expectativa, e o que acabava era quase sempre em surpresas desagradáveis.

esse ano eu passei a virada em um ensaio geral para a gravação do curta. dia cheio, com boas notícias políticas. quando olho ao longo de 2010, embora ainda não tenha acabado, vejo quanta coisa passou, um imenso mar de experiências que ainda reverberam.

uma amiga querida disse que, por mais que não pareça, em determinados momentos difíceis, o importante é estar em movimento. parece que não, mas sim. esse movimento existe e só lá para frente é que algo vai aparecer. silenciosamente.

e por mais besta que possa aparecer, promessas. paro de fumar e vou começo a usar filtro solar.

sábado, 30 de outubro de 2010

gosto quando escrevem meu nome com acento.

// para uma das listas:
dormir enquanto chove lá fora.

sábado, 23 de outubro de 2010

agora é tempo de alcachofra!

retramar

braços e costas doloridos. um dedo esmagado pelo martelo, outro preso na madeira.
não tem prazer maior de estar produzindo algo com tanto carinho.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Además te quiero, y hace tiempo y frío.

Julio Cortázar

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

cheiro e surdez

ida: três homens entram no ônibus, um está com um desodorante que rasteja pelo ar. tirando algumas palavras soltas, não consigo entender o diálogo deles
na palestra: uma garota com um perfume impesteia a sala. ela fala comigo, meu nariz coça, eu pergunto o que ela disse.
volta: no ponto, uma senhora grita ao léu. fuma um cigarro que mistura com a fala. acho que era alguma coisa sobre uma égua.

sábado, 16 de outubro de 2010

desabafo

desde ontem parece que engoli uma bomba que está, aos poucos, deixando-me mais cada vez mais enjoada. a professora dizia sobre a relação entre arte e poder. no México, a lavagem de dinheiro do narcotráfico associado ao mercado de arte e suas especulações milionárias. e penso, como é forte a noção do artista-romântico (comigo, ao menos - não que não soubesse, mas há uma tendência a considerar isso além do mundo, como se isso não me pertencesse).
fiquei vagueando que toda essa estrutura absurda é baseada na simples idéia que os artistas (acho que os mais ingênuos) precisam se apegar a noção do artista romântico (provedor de sensibilidade para produzir algo além do seu tempo. incompreendido pela sociedade, ele fecha-se em seu casulo para atuar como antena da sociedade.), para alimentar essa "caixa preta" flusseriana, mecanismo secreto que poucos conhecem, e que baseiam suas escolhas pelo quanto de influência e poder é possível transmitir. então, dentro de toda a maquinária, a Arte produzida pelos artistas em todo seu contexto histórico não é nada mais que a seleção de uma minoria que escolhe uma ou outra pessoa para defender seus interesses econômicos (novamente, ignorei Greenberg, Pollock...) e sociais.
e lendo arte, privilégio e distinção (sobre a formação do nosso "modernismo" brasileiro) só confirmam esse coeficiente de artisticidade que mais parece com a síndrome de vira-lata que senti na cidade luz.
*
nessas horas me dá vontade de ir estudar direito.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

da chuva e seu cheiro

chove bastante na madrugada de sexta para sábado. voltando para casa, com o capuz, preocupada com o livro antigo. quando lembrei que tinha colocado o livro em um saco plástico e não tinha razão para eu tapar a cabeça. tirando o capuz, senti o cheiro de chuva, ouvi o som que batia nas calhas e que aumenta consideravelmente cada pingo. o caminho vazio, as luzes dos postes que iam passando junto com a água que caía e caía e não cansava de cair. pensei em blade runner, pensei em macondo, pensei que se nunca parasse de chover, iria ser muito triste viver.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

email à meu pai

nas aulas pela manhã, sou só devaneios. é tanta coisa que quero fazer, que se minhas idéias se concretizassem naquele momento, eu devorava o mundo. o problema é sair da aula, quebrar a bolha do encantamento e da aprendizagem e voltar para casa, perdendo a vontade ao longo da quilometragem. hoje fiquei lembrando o que eu escrevi para meu pai quando eu disse que não ia prestar esse ano o mestrado, sobre o cotidiano nas leituras e o prazer que o conhecimento traz. e falando da professora pensando que "ela não passou metade da sua vida na árdua e solitária tarefa de estudar porque isso lhe dá dinheiro, mas poder dialogar com os mestres de todo pensamento. entender um pouco mais essa sôfrega existência, e poder oferecer para o conhecimento humano algo imaterial, mas ainda assim mais concreto que perpetuar os genes para outra geração.".
*
e fiz uma lista de tudo aquilo que quero. tentar disciplinar-me. quando crescer quero ser igual a todos aqueles que admiro.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

de um curta saindo do forno! eba!

- Desculpe, mas não sei porque estranha razão acabo de me dar conta de que a caligrafia de seu rosto tem exatamente a minha letra.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

passei alguns dias deitada. lendo, levantando-me esporadicamente. o vento como maior companhia. há pouco dias coloquei cortinas. quanto o vento batia, e recuava, ele se materializava pelas cortinas. virou uma garganta, um estômago, um organismo vivo, que ainda assim, acariciava suavemente meu rosto.
*
melhor que tudo, estar em mim.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ponte

pegar o nome. fazer dele travessia.
como pequenos tocos de madeira, ao qual coloco flutuante no mar, para ir caminhando além das ondas.

a metáfora do xeque-mate.

há alguns anos, uma pessoa que se apaixonou por mim disse que eu tinha o enorme defeito de me por em xeque-mate em todas as situações em que sentia dificuldade (facilmente identificada com o uso demasiado da palavra crise).
depois de tanto tempo, entendo que "estar em xeque-mate" é não ver, visualizar nenhum caminho. e eu me colocar, não o meu oponente. é, na vida como no xadrez. ensaiar as mesmas regras, jogadas. para tentar, mesmo com outro adversário, tentar pela teimosia de achar que essa estratégia é suficientemente boa para não tentar outras.

visualizando o caminho torto e compreendendo os erros, ainda é possível mudar, ou o fim do jogo é iminente?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

os dias andam turbulentos. as vezes com uma perversidade reinante. aconteceu de hoje, ao sair da aula, o vento mostrou-se, como a concretização interna de algo um pouco dolorida. levava folhas, empurrava para o mesmo lado o caule da árvores. e eu acabei por ficar imóvel diante essa tempestade. o vento, deslocamento de ar, empurrava-me para algum lugar.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

daqui

a ansiedade é tanta.
comecei um novo caderno. ele se chama caderno de desejos.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

parte I

faz tempo que quero escrever sobre os (pseudo) personagens que encontro nas vias ordinárias, e que tão comumente se transformam, em grandes amigos. de copo, de conversa, de solidões compartilhadas.

srta I.
a conheci quando compartilhava a vida com seu companheiro tão convencido de si mesmo. aos poucos virou confidente, porque ouvia minhas lamentações com o desejo de também compartilhá-las. aconteceu de uma quarta-feira, que, de repente, se tornou igual a tantas outras amigas perdidas na noite. no desejo de ser louca, de viver intensamente, caiu na armadilha bovariana de se entregar a qualquer um, no simples desejo de entender e viver uma vida ditada dentro de uma nova sexualidade desconhecida. perdeu seu mistério, trocou seu nome, mantivendo apenas o desejo de sair sozinha quando o sol já tardava. procurando diversões diversas ao contato de seu namorado. porque a literatura e o cinema, incendias os desejos da jovem que tem por anseio, tão loucamente, de viver uma personagem diferente de si mesma. e nesse desejo se perdem em si, sentem a dor, mas ao mesmo tempo algo tão esperado, desejado por ser alterno de um senso comum. é pela dor e pelo desespero que se formam a individualidade. e também pelas felicidades encontrada sozinha, na manhã, ao fechar o trinco da casa que nunca viu, enquanto todos dormem.
mal sabe ela que, ao longo do tempo, a descoberta torna-se ferida. e no triste destino, Mme. Bovary se perdeu junto com Anne Karenina no mesmo tempo das mulheres sábias e solitárias.

pela passagem

ainda gosto tanto desse vídeo
retirado daqui:
Você já parou para se perguntar o que seus gestos dizem sobre o seu estado de espírito?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

fim.

delicado

domingo, 3 de outubro de 2010

mãos a obra!



depois de tantos desvios, enfim, começa!

sábado, 2 de outubro de 2010

crime e castigo

essa semana estou algo próxima de raskolnikov.
só que o personagem se transformou em verborragia, e nisso vou me inebriando para afogar esse instinto.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

canto de luz

através da lente de aumento de algas entrelaçadas
ele coleta a obsessão dos solitários.
serpentes de Júpiter acendem córtices de luz,
cruzando o espaço no interior das palavras,
tocando o zênite do ovo da ema
o Saturno de Pessoa.


hebecca horn, 2005.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

[na música] should comprehend that the best things in life:

are health, food and love.
*
assim é tão fácil. tenho dois, falta um.

domingo, 19 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

104

A vida, como um comentário de outra coisa que não alcançamos, e que está aí ao alcance do salto que não damos.
A vida, um balé sobre um tema histórico, uma história sobre um fato vivido, um fato vivido sobre um fato real.
A vida, fotografia do número, possessão nas trevas (mulher, monstro?), a vida, proxeneta da morte, explêndido baralho, tarô de claves esquecidas que umas mãos gotosas rebaixam a uma triste paciência.
*
passeando pelas ruas de Paris, e, quase, integrando as nuits blanches.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

silêncio

são 3:02h. meu relógio biológico aponta que são 23h.
*
ando trocando o dia pela noite. e ando muito mais leve.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

o jogo da amarelinha

"nesse tempo, já me dera conta de que procurar era a minha sina, emblema de todos aqueles que saem de noite sem qualquer finalidade exata, razão de todos os destruidores de bússolas."

cortázar.

domingo, 12 de setembro de 2010

do diário da srta

tudo ficou mais fácil no momento em que soube que ele não mais a amava. a pergunta que não tinha sido dita, enfim, calou-se. porque agora não tinha mais motivos para as expectativas nem os planos para o futuro. tudo começava e acabava naquela parte do quarto, dividindo a sala e a cozinha. dividia assim o cheiro do jantar e as luzes dos carros que passavam na rua e refletiam no teto. era bom e assustador. ela tinha na mente que quando ele perguntasse sobre as traições, ela diria que o fato de não a amar a deixava livre para procurar outra pessoa. mesmo sendo quase impossível compartilhar o que sentia com outra pessoa.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ontem ainda é hoje

ontem tive uma conversa tão sincera, que se fosse para dizer aquilo para outra pessoa, provavelmente ela ficaria assustada. isso porque foram ditos os pensamentos, a falsa modéstia, arrogância, ganâncias no olimpo. e durante a conversa, aquilo que era um desabafo, tornou-se busca, raízes familiares, medos e acabou ao final as duas rindo, porque era como se tivéssemos um espelho na frente.
deixou mais leve. o projeto ainda vai ser projeto, e preciso respeitar o tempo. mas, a tentativa ainda é válida.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

metade da minha vida é ficção

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

das coisas que me deixam feliz

assisti na semana passada, pela segunda vez, o livro de cabeceira.
hoje no almoço fiquei com vontade de listar as coisas que me fazem/deixam feliz. vou adicionando aos poucos.

- cogumelos frescos
- cheiro de dama da noite
- caminhadas em noite de verão
- almoço familiar depois de longa ausência
- dormir perto de uma janela com brisa
- saber no momento que esse instante é único

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

eu tive um sonho assim

fico pasma como os sonhos trazem a tona aquilo que te incomoda de forma metafórica. sonhei que estava em um ônibus, passeando por constantinopla, e, ao me distrair, uma camiseta branca voou pela janela. pedi para o motorista parar no pátio (parecido com as paisagens de gomorra) e fui calmamente pegar a camiseta. peguei um outro pano, e depois peguei a dita cuja voadora. quando voltei tinham dois guardas que falaram que o ônibus não poderia estacionar e que o motorista pediu para avisar que ele tinha ido, mas que dava para eu alcançá-lo. quando perguntei a direção, o guarda disse, tanto faz, esquerda ou direita, os dois iriam dar na mesma direção do ônibus. saí correndo e ao chegar na bifurcação, a rua da esquerda era muito estreita (pensei que o ônibus não pudesse passar por ali) e fui correndo pela rua de paralelepípedos a direita. caí num museu, que eu não tinha acesso porque estava sem bilhete. eu disse que o museu era a passagem para eu pegar o ônibus (?) mas mesmo assim, não consegui passar. fiquei presa. perdi o ônibus porque me distraí com coisas pequenas demais. meu trajeto foi abortado por eu mesma.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

a inércia é meu ato principal

- eu queria ser lido pelas pedras

sábado, 28 de agosto de 2010

atemporal

encontrei no meio das cartas de amor, arrumando a gaveta empoeirada do armário.
*
sei que não quero contar
a história dos espaços já conduzidos.
por mais ontens que se guarde
mesmo por amor ou saudade
não faremos amanhecer jamais

gostaria, sim, de mostrar o espaço
ainda não visto
o espaço reeinventado de assombros
e sem alarde
mas nada mais vivo quanto a luz.

quando a descoberta se faz sentir
é no presente que antecipo o futuro
mesmo no tempo que se armam as forças
para desvendar a forma clara.

creio
tenho fé na forma que não deixa resto
que estampa e cala
como a fala do poeta
que em silêncio
contém o mundo.


amilcar de castro.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Aida moderna [ou como matei Verdi]

os cabelos foram presos de tal maneira que ele pudesse admirar sua nuca. alguns fios estrategicamente caídos, juntos com os brincos compridos. ela tinha se arrumado para ele. vestido, perfume e batom já estavam vestidos quando pegou a chave e saiu para a rua. saltou sorridente e entrou na noite veloz.

sábado, 21 de agosto de 2010

aujourd'hui



[mon coeur pareil à une flamme renversée]
- appolinaire

a pergunta que não foi dita a Mme. Cauquelin

vous pensez que les nouvelles technologies sont quelque chose de diffèrent dans l'art contemporaine? ou c'est comme une mode éphémère, un désir du nouveau, comme la nostalgie de un temps qui a été perdue dans la modernité?
*
response imaginaire: interactivité, ma chérie! il bouge tout le temps. maintenant est impossible de dire la vérité, seulement demain, le future et le passé, le continuum et la physique quantique!!

sábado, 7 de agosto de 2010

ao sábado

saudade de quando só tinha meu silêncio como companhia.
*
hoje fui ver Ikiru do Tadashi Endo. fiquei mais emocionada com a acolhida do público do que com a homenagem à Pina Bausch.
*
aqui, um dos meus trabalhos preferidos dele

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

pensando na necessidade de se ter um blog. já voltei de viagem e a vida continua com menos doses de emoções e mais pensamentos banais.
*
me norteia espaço-tempo, continuum, sair dessa linearidade e ir para o espaço onde tudo está junto, passado, presente e futuro.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

elle s'en va

não fazia nem 10 minutos, o travesseiro ainda estava molhado quando deitou novamente. ela perguntara em silêncio. ele respondeu em voz alta. não sei. pior que sim, melhor que não. mas, novamente mudou seu mundo. seria capaz continuar seguir o mesmo rumo? talvez.
na manhã seguinte, depois de sonhar com peles grudadas na parede, seguiu de novo. sozinha pela rua, ninguém. há muito tempo tinha caminhado ao som de camille, e naquela época tinha se sentido bem. agora tinha medo e um aperto forte no coração que quase rebentava em choro.
*
fazia mais de 9 anos que não a via. fazia mais de 5 anos que estavam juntos.

terça-feira, 29 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Johnny Walker ficou vivo como um pesadelo, comendo os corações dos gatos e serrando suas cabeças. parece mesmo que há pouco choveu, trovou e a pedra foi deslocada.
[vivendo através dos livros.]

sexta-feira, 11 de junho de 2010

saudades de Paris

um pouco mais de um mês. e hoje a noite não consegui dormir. pensei nas andanças pelo sena, a alegria de comprar alguns produtos no monoprix, observar os turistas e pensar que não, eu não era um deles. porque lá eu acho que me descobri brasileira (mesmo ainda não entendendo o que é ser - ainda mais em tempos de copa). acho que me sentia um pouco menos só pela condição de estrangeira. me deu vontade de voltar, abrir de novo as portas agora que lá está um pouco mais desmistificado. será? um mês aqui, ainda não consegui nada, é pouco tempo. é muito tempo.
só sei que o frio daqui me lembra quando cheguei, só que não tem pain au chocolat.

terça-feira, 8 de junho de 2010

vizinhos

um é sobre aborto: http://www.umnao.blogspot.com/
o outro "nosso amor se pesa em metros" é de santa catarina: http://www.umtalvez.blogspot.com/

tantos sim, não e talvez.
[se você me dissesse sim, eu seria muito feliz.]

caminhando



escreve e apaga. nunca dá certo quando acho que dá para escrever um romance. fica açucarado, sem propósito.
vou tentar fazer um curta, filme, só imagem, nenhuma palavra. nadinha. sem começo nem fim. mas que me lembra tanto essa pessoa, a corporificação, a idealização do amor. e juntar nela todas as histórias e estórias contadas e ouvidas por tantos anos, por amigas, irmãs, estranhas. e engraçado como toda desilusão se transforma em uma grande fraternidade.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

fotos reservadas para:


[Erika]


[Laura]


[Julia]


[Isa]

terça-feira, 25 de maio de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

parte 2: Alemanha e Itália

top top top



andar (e vibrar!) por quase 6 horas de bicicleta por Berlim



conversar, fazer contatos, trocar experiência com alemães bacanérrimos



entender mais a história a partir do lado oriental



sentir o cheiro de Veneza por outro ângulo



Florença, piazza Signora e os sorvetes gostosos



sítio arqueologico em Pompéia e...

para acabar em pizza, a verdadeira Napolitana, pizzaria desde 1840 com só dois sabores

domingo, 16 de maio de 2010

diário secreto de artemisia g.

e essa é a minha despedida para você, que tanto carreguei. de tanto escrever, pensar, saturou. não tem mais sentido te amar tanto (ou amar a lembrança daquilo que foi). agora é esquecer, em tantos outros corpos, em tantos outros amargos, doces, rápidos, dolorosamente devagar.
porque anoitece e faz frio onde estou.

parte 1: França

[e nessa semana, só a viagem tem me consumido. resolvi fazer um balanço fotográfico. parece que de tanto repetir, só me lembro de certas coisas]

top top top



o sol ser meu despertador



ver (e me emocionar com) tudo que estudei e um pouco mais: Soulages, Kosuth e Kiefer no Louvre. E Turner, Münch, Hopper...



caminhadas pelo Sena



correr pelo trigaral (o mesmo de Van Gogh, na linda Auvers)



amigos que fizeram parte dessa viagem: Érika, Paulo, Noriko, Helena, Sebastien, Fernanda e Fernando, Laura, Carla, Ötschi, Hunhee...



picnics nos parques



a primavera chegar junto com meu irmão

segunda-feira, 10 de maio de 2010

três meses, noventa dias. é muito, é pouco. dá para balançar e quando a volta (esperada) acontece, estranha e compara. arrumando a casa, preparando terreno.

terça-feira, 4 de maio de 2010

videomaisquemanjadomasqueestanaminhacabeca:
Wear sunscreen

là.

acordou pensando na frase que disse quando o barco movia-se longe do cais: acho que essa é a ultima que nos vemos. poderia ter sido um romance, foi quase.

domingo, 2 de maio de 2010

e nesse tempo, encontrando tantos viajantes, descobri que 3 meses nao é o bastante. tanta gente rodando ao redor de anos, procurando lugares nao turisticos, com nenhuma vontade de voltar para casa. seria bom se eu pudesse ficar assim, mas estou com esse desejo de construir algo. é bom viajar para se descobrir, e nisso acho que no fundo algo deu certo, algumas idéias ficaram mais claras. outras so na pratica.
agora sao cinco dias para a volta do lar, amigos e realidade.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ciao Roma

primeiro dos seis dias. faz calor a despedida.
pensando na volta e nas mudancas.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Florenca

Cantando opera no meio da rua, segurando de um lado serigrafias de Florenca e do outro uma garrafa de 2 litros de agua. Amanha tem Uffizi e caminhadas na chuva.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

5 dias passaram extremamente rapidos.
agora vem as viagens em pedacinhos: Leipzig e Frankfurt.
Berlim foi realmente uma surpresa.

sábado, 17 de abril de 2010

Berlin

pessoas tomando cerveja, na pracinha, andando na rua, na lan, do lado de fora do trem. sol ameno, e o sinal esta vermelho para pedestre, nao tem nenhum carro, mas ninguem atravessa.
impressao boa depois da sisudez parisiense.

domingo, 11 de abril de 2010

contagem regressiva

1 semana para Berlim.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

sem arriscar



é triste. mas depois de quase perder todas as fotos, fico com medo de espetar a camera em qualquer lugar, por ora, fica o cachorro no metro de Roma. queridamente cedida pela Fernanda

quinta-feira, 1 de abril de 2010

vasistas

ja falei aqui que adoro a minha janela vasistas (segundo a professora, os alemaes chegaram aqui e disseram: was is das? e o nome ficou). mas o mais surpreendente nesses dias, foi a lua iluminar todo o interior do quarto. eu me deito, e fico olhando a lua olhar para mim.

*

e todo dia tem um passarinho novo para me acordar.

terça-feira, 30 de março de 2010

dando um pulinho em versailles e vincennes



51 dias

achei que tinha perdido todas as fotos de viagem. como isso ja tinha acontecido na Bolivia, até sonhei e no dia seguinte fui correndo para o laboratorio de fotos em st.michel. chegando la, 10h, so iria abrir 11:30. tomei cafe, li o livro inteiro da sophie calle na gilbert e quando cheguei as 11:30h, em ponto, uma plaquinha de: volto logo 12:45h.
achei outro laboratorio, e, feliz da vida, com as fotos agora em dvd.

invencivel

terça-feira, 23 de março de 2010

Oeuvres Etrangères

inicio do projeto. que rufem os trombones.

posso comprar um passarinho

meu pai tentou morder o mar.

sábado, 20 de março de 2010

primavera

nunca conheci tanta gente do mundo inteiro. e nunca me senti tao sozinha. males da cidade grande. que venha a primavera para derreter o gelo dos europeus.

quinta-feira, 11 de março de 2010

os scargots



x as batatas

entre Turner e Munch



duas exposicoes privadas. Turner no Grand Palais, Munch na Pinacotheque de Paris. nas duas era terminantemente proibido tirar fotos (essa daqui foi especialmente para minha vo), e havia um empelotamento de pessoas em frente aos textos de parede. ficavam de costas para as obras.



e é sempre muito bom ver ao vivo e a cores.

quarta-feira, 10 de março de 2010

sobre Paris

estudando uma poesia célebre de Paul Verlaine e conversando com minha coloc, pensando em tantas as idealizacoes que Paris traz como simbolo e signo. as "escolas de paris" e todo a conversa entre a musica, a pintura e a literatura do século XIX. todos acabam procurando uma Paris que nao existe mais. ficam os cafés carérrimos e uma duzia de plaquinhas para indicar o auge dos tempos passados.

Chanson d'automne

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Louvre

Todas as obras ficavam enciumadas, carentes por um momento de atencao. E eram tantas. Por que ao caminhar pela Grande Galeria, todas as setas, indicacoes eram para a pintura, quase irreconhecivel pela distancia, pelo vidro, e os dois segurancas? talvez pela fotogenia da madame monalisa. todos queriam tirar uma foto com ela.

quarta-feira, 3 de março de 2010

na terra do crepe, crepe!

le temps et le lemps de ma vie



estou lendo a autobiografia do Barthes, e, quando falei para a professora a felicidade de minhas pequenas descobertas, (como a parte em que ele diz que a lingua maternal é a lingua das mulheres), recebi um, c'est interessant. traduzindo: desproposito de conversa, nada interessante.

para observar a partida.

Déjeuner du matin

Il a mis le café
Dans la tasse
Il a mis le lait
Dans la tasse de café
Il a mis le sucre
Dans le café au lait
Avec la petite cuiller
Il a tourné
Il a bu le café au lait
Et il a reposé la tasse
Sans me parler

Il a allumé
Une cigarette
Il a fait des ronds
Avec la fumée
Il a mis les cendres
Dans le cendrier
Sans me parler
Sans me regarder

Il s'est levé
Il a mis
Son chapeau sur sa tête
Il a mis son manteau de pluie
Parce qu'il pleuvait
Et il est parti
Sous la pluie
Sans une parole
Sans me regarder

Et moi j'ai pris
Ma tête dans ma main
Et j'ai pleuré

Jacques Prévert

domingo, 28 de fevereiro de 2010

no metro



- lugar reservado para os mutilados de guerra

para os fas de amelie poulain.



quando o filme é mais bonito que a realidade.



e a musica do yann tiersen ao fundo?


acho que sempre que a gente vai conhecer um lugar que queria muito conhecer, fica aquela expectativa; transpor a barreira bidimensional.
Mas, as vezes, a bidimensionalidade é bem mais bonita. Tem musica, enquadramento e uma historia fabulosa.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

um pequeno mundo nas costas (ou o que o sentimento pode pesar)

ao sair do metro percebi que estava sem a carteira na mochila. obrigatoriamente sai correndo para o foyer, para ver se tinha sido furtada ou se esqueci a carteira em cima da escrivaninha. até chegar a estacao, pareceu que a mochila ficava mais leve, como se o caderno, livros também estivessem sido arrancados. neuroses paulistas em solo parisiense. cheguei, subi correndo e quando abri a porta, la estava ela, esplendorosa em sua quietude. mas em todo caso, decidi trocar a carteira por uma caixinha de oculos, com poucos documentos e pouco dinheiro.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

pequenas diferencas que fazem muita diferenca

- museus abertos para visitacao noturna (para quem trabalha o dia inteiro)
- sacos plasticos serem cobrados no supermercado (viva a sacolinha reutilizavel)
- metros por toda cidade e bicicletas para uso publico. (com passagem para os ciclistas). ah! e portas que ficam mais tempo abertas, sem precisar criar a avalanche sai da frente.
- bilhetes com tarifa reduzida ou gratuita para menores de 26 anos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

nesses 12 dias:


descobrir que nao é possivel caminhar entre o Passaro ou a Coluna sem fim do atelier do Brancusi.

mudar de


para



em Notre-dame sentir a conversa entre os vitrais, estatuas, pinturas, historia, musica e religiao.


assistir um ensaio de musica medieval no museu de Cluny


caminhar no Mont St. Michel


conhecer Rennes e entender porque as casas da Bretanha sao de pedra.


experimentar o famoso docinho Macaron


assistir um ensaio no anfiteatro Richelieu na Sorbonne


caminhar pelo Sena e cair no Louvre