sábado, 29 de junho de 2013

hallellujah

quando acordei estava no meio do mar. minha cama boiava entre as ondas e a alta maresia irradiava dos armários. era tanta umidade que duvidei se estava perdida na praia, entre o sono e a vigília.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

bravo!

andante con moto
maravilhoso.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

vinte e cinco de junho.

eu deveria colocar um benjamin.
a oleosidade da pele que se dissipa com a água quente
o primeiro líquido ainda é morno.
o som da chuva. o cheiro de cigarro e sabão em pó na lavanderia.
pensei em C.

lindíssimo.

[ouve-se uma voz que diz: os leões preferem o silêncio às refeições]

é meu preferido diante todos daqui

sonho e pânico

apenas depois de algumas semanas.
*
no sonho, eu retornei ao lugar que não me lembro consciente. era escuro, fechado. quase senti o cheiro de infiltração na parede. estava agachada, me escondendo. abandono e desolamento.
antes que a imaginação começasse a traçar os caminhos. o retorno a um lugar somente acessado nesses delírios. lembrei das cartas no armário. lembrei do filme irreversível. um pesadelo, mas impregnado de sensações, porque você esteve lá. em algum momento as sensações retornam. tentar rememorar esse evento perdido, é quase um atestado para permitir o insano.
*
lembrar de acordar as inúmeras noites durante a madrugada. a última reunião foi realmente um trauma. por quê? e como isso atingiu essas proporções?
*
por que o esquecimento é o maior de todos os males?

sexta-feira, 21 de junho de 2013

goteiras (ou não)

elas foram ficando mais violentas.
reunião em torno da mesma matéria, agora gritavam para ser ouvidas. uma a uma. a queda que não se configurava como fim, mas continuidade. e intermitência.
fim de um sono tranquilo, da pequena morte dos dias.
um ruído para configurar a cadência do tempo.

domingo, 16 de junho de 2013

sapatos

comecei a pisar diferente.
espero que o calcanhar dos sapatos não se desgastem com tanta facilidade.
para que tanta força no caminhar?

sexta-feira, 14 de junho de 2013

batchan

sonhei que abria a porta do meu quarto. parada do outro lado estava a minha avó, sorrindo. me deu um abraço, como era o abraço que eu me lembro. afetuosamente quente e protetor.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

quinta-feira

o parque é uma das alegrias das minhas tardes. hoje, andando de bicicleta, uma luz enevoada percorria todo o parque. beirando o lago, as árvores ribeirinhas iluminadas por um sol de fim de tarde.

terça-feira, 11 de junho de 2013

lost, lost, lost

não tenho a mínima ideia que caminho seguir. parece que a chuva, bloqueou as duas únicas vias de acesso.

sábado, 1 de junho de 2013

clandestino

o seu rosto era salgado como o mar.
tinha no cheiro o exercício da escrita. perpasseava como uma cobra coral, pelos corpos das fêmeas, sempre descritos por alguns gemidos. não tinha como sair a bordo. ameaçaram-no jogar em alto mar. disseram que era clandestino. em vez do seu corpo, jogaram-o de um outro. desesperou-se e viu ir ao longe Elenik. o barco já não era mais sua esperança.