domingo, 25 de janeiro de 2015

BH, 24 de janeiro, 18:59

R., como você está? sinto muito a sua falta. hoje faz 20 dias desde que nos despedimos no apartamento. desde então um grande eco me faz pensar constantemente em nós. ontem começou a chover, pela primeira vez desde que cheguei aqui. fico feliz com a chuva, o calor estava insuportável e ando tendo uma vida de eremita. C. está tomando uma nova medicação por conta de um possível novo m.a.v. por causa disso ela está na casa do V. e eu fico a maior parte do tempo na kitnet. hoje comprei um cerveja alemã no mercado. estava barata, 4,99 por uma h. extra strong 12%. é um tanto doce e enjoativa, mas pelo menos desce melhor que as cervejas comuns. o trabalho anda bem. as vezes fico aqui na kitnet, as vezes durmo no studio. tenho mais uma semana e meia, mas já estou cansada de BH. sinto falta de você, das minhas amigas, dos pequenos que mudam a cada dia. minha decisão de fazer tantas coisas aqui acabam na maior parte em melancolia. acho que é muita imersão na vida de outra pessoa e sinto falta de viver a minha vida. ainda não sei o que será da gente. só sei que você é muito importante na minha vida. passamos por algumas poucas-muitas boas no ano passado, transições. o fim do meu mestrado, a operação, as suas novas decisões quanto ao trabalho, também o término de algo que estava financeiramente seguro. olhando agora pela janela do vigésimo oitavo andar, queria que você estivesse aqui. para a gente observar em silêncio a chuva que cai. as montanhas que estão cobertas por nuvens. os bares de rua vazios. os carros que passam pelo assoalho molhado do concreto. uma certa tristeza que corre as ruas, sentimento contrário à euforia dos dias de calor. com amor, C.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

#sonho

fragmento do sonho. depois de ouvir as gravações com R.
no meio do descampado, uma árvore de cerejeira foi crescendo. cresceu rapidamente e logo as flores começaram a despontar junto a árvore no horizonte. mas com a mesma velocidade ela voltou a ser engolida pela terra. fora plantada em terreno movediço. sumira assim, a árvore de cerejeira que floresceu de forma tão bonita.
(metáfora assustadora da mudança de um sentimento)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015