recentemente fiz 36 e finalizei o doutorado. quando comecei, tinha 31 e parecia que ao terminar iria chegar com definições melhores e maturidade intelectual. parte se realizou, e, acredito que escrevi uma boa tese, como almejado. mas, enfim, espera. incerteza. foi difícil chegar a esse fim, mas o horizonte parece ser apenas um vislumbre turvo. não é bem um etarismo que me preocupa.
escrevo para organizar o pequeno tornado interno. ele ganha força de tempos em tempos, e, hoje, mistura-se com um tique-taque do relógio biológico, uma busca por uma casa, a procura de não me tornar uma pessoa rancorosa. grandezas distintas que são atravessadas, acumuladas de modo inesperado.
na quarentena a gente já tinha sentido isso, essa dureza do tempo e das experiências. arte, música, literatura ainda nos salvam dessas armadilhas.