terça-feira, 20 de novembro de 2018

final de ano.

as vitrines brilhantes e o chão encerado. eu não fiz as fotos que tinha pensado em 2003, quando trabalhava naquela loja de produtos naturais. o registro dos trabalhadores na saída de emergência, fumando, comendo, perto dos elevadores de carga se perdeu na trajetória entre os 18 e os 33.

casais e o ciclo natural da vida: me pareceu por um momento que eu encaretava, que tinha virado uma burguesa em que a preocupação maior estaria em combinar o estofado com o jogo de jantar. ou pior, na espera do marido, o tédio diante daquilo que viria em frente.

se tem uma coisa que é o mais cruel diante essa conjuntura política filha da puta, é a ideia de que o que vinha fazendo agora perdesse sentido. e a ansiedade ficasse entre os formulários de um sistema que é equivalente a indústria armamentista.