quarta-feira, 21 de agosto de 2013

limbo

para aonde vai os projetos e sonhos não realizados?

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

El hacedor - Borges

"Um homem se propõe a tarefa de desenhar o mundo. Ao longo dos anos, povoa um espaço com imagens de províncias, de reinos, de montanhas, de baías, de naus, de ilhas, de peixes, de moradas, de instrumentos, de astros, de cavalos e de pessoas. Pouco antes de morrer, descobre que esse paciente labirinto de linhas traça a imagem de seu próprio rosto."

terça-feira, 6 de agosto de 2013

- o escuro e as pequenas luminosidades que incidem sobre e pelos objetos.
- a densidade e o incrível silêncio das coisas mortas.
- imobilidade ou quase.
- nenhuma epifania, repouso.

Há uma camada de poeira que recobre as coisas, protegendo-as de nós. Polvilho escuro da fuligem, fragmentos de sal e de alga, toneladas de matérias em grãos que vão cruzando o oceano transformam-se em fiapos transparentes depositados pouco a pouco para preservar o que ficou embaixo.

sábado, 3 de agosto de 2013

sonho #3

aquele pequeno pássaro de animação, se transformava em uma figura alongada. como um personagem do Miyazaki que estava disfarçado com bigodes. ele percebeu a movimentação inquieta das pessoas e se transformou no sr. Moustache em sua bicicleta. saiu andando, olhando vagamente para trás. já longe, mudou a forma para um ponto brilhante com extrema rapidez. mergulhou comigo no meio do mar e deixou um presente para eu pegar entre caixas no fundo do oceano. estava com ele totalmente imersa, dentro do mar, quando abri as caixas adormecidas. descobri que foram deixadas pela minha mãe para que seus filhos resgatassem (o legado de sensibilidade que conversamos?). estava muito feliz porque iria ajudar a salvar alguém, com o objeto retirado das caixas e agora em minhas mãos.
ao subir para a superfície, era como se eu tivesse em uma piscina, águas escuras em uma grande caixa, quarto. quando mais eu tentava sair, mais as águas se tornavam revoltosas e não deixavam que eu saísse (organismo vivo?). pequenas movimentações se transformavam em ondas gigantes, aquela sensação de medo em ver a crista da onda se formando. senti que não conseguiria sair. depois de um momento tão sublime com as caixas no oceano, porque águas escuras tão violentas?
*
consegui sair, não sei como. minha irmã fazia a unha com uma mulher que eu nunca vi e minha mãe acho que costurava alguma coisa. a Cris aparecia aqui na minha casa, falando para tomar cuidado com a cândida que poderia carcomer os pés. a atmosfera era de um quadro de De Chirico, um por do sol amarelo-avermelhado rubro, uma densidade forte no ar.