segunda-feira, 26 de março de 2012

Pina

aquele filme continha toda sua dor, força e fragilidade. lindo.

caixa de papelão

mudança no perfil. podia não significar nada, mas era óbvio que a mudança saiu do seu estágio passageiro e tornou-se definitiva. pensou que tinha até o dia 11 de setembro de 2012 para queimar tudo. mas ainda assim pensou que era uma boa camisa.

sábado, 24 de março de 2012

presente de aniversário

eu vejo essa foto, de quase há 10 anos. foi tirada, capturada e esquecida.
será que, agora, nesse resgate, encontro-me comigo ao retornar a imagem, e, consequentemente à lembrança?

quarta-feira, 21 de março de 2012

as vezes a pequenez me esmaga.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Nathaniel Hawthorne

“ Os anos, afinal, tornam-se meio vazios quando vivemos muito tempo em terra estrangeira.
Nessas circunstâncias, adiamos a realidade da vida até o momento no futuro quando poderemos novamente respirar o ar nativo.
Mas, à medida que o tempo passa, ou se eventualmente retornamos, constatamos que o ar nativo perdeu aquela qualidade revigorante.
A vida transferiu o seu lugar para onde nos considerávamos somente residentes temporários.
Assim, divididos entre dois países, acabamos sem nenhum.
Ou somente com aquele pequeno pedaço de um deles… onde, finalmente, repousamos os nossos ossos descontentes.”

domingo, 11 de março de 2012

domingo.

quando o passado revisitou os sonhos.
já estava casado quando ligou. conversaram mesmo que pouco, a ligação estava péssima
no calor que fazia acordou.
*
e um gato malhado e a andorinha sinhá fez novamente sorrir.

segunda-feira, 5 de março de 2012

cumplicidade na garagem.

elas se reunião todos os sábados e domingos. as cadeiras de plástico ao redor da mesa.
ficavam em um círculo, rindo, contando anedotas e observações da vida alheia. sempre achei essa imagem atemporal. as senhoras estariam para sempre na garagem, mesmo que, porventura, uma ou outra estivesse doente. o riso da dona da casa sempre cortava os domingos. fazia companhia ao sempre som do jogo de futebol que reverberava nas casas.
foi em uma tarde que pensei. se não tivessem umas as outras, seria muito triste o cotidiano. de toda a solidão, já bastava voltar para casa e encontrá-la vazia.

domingo, 4 de março de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

de chris marker

"o passado é como o estrangeiro: não é uma questão de distância, é o cruzamento de uma fronteira"

(Chris Marker, Le Dépays)

09:12

27.2
foi recebida com uma grande ventania. a chuva acalmou um pouco do calor.
não consigo esquecer de como queima.
*
01.3 - 15:30
a unidade ficava no terceiro andar. naquela brancura do sol a pino, lá ficava ela, retumbante pelo único acesso permeado de imobiliárias e salões de beleza. subiu. mas ao chegar, apesar da placa dizer Ouvert, só estaria aberto as 17h.

bateu na porta. a impressão era que naquele grande telão, a porta iria desabar e a porta seria só a carcaça para um grande vazio. o vento da queda, mostraria que estava desabitada há tempos. a fachada desfez-se tão rapidamente.

no bebedouro, um garfo. as salas, de tão pequenas e apertadas, não poderia comportar mais de três pessoas.