domingo, 23 de outubro de 2016

chuva da primavera

Final de outubro. No meu bairro, muitas árvores caíram diante da tempestade de quinta-feira. Caminhando até o ponto de ônibus, os bombeiros serram partes dessa árvore gigante em frente do bar da dona Nice. Penso na necessidade de renovação, penso em Herman Hesse ao falar que quem quiser renascer tem que destruir um mundo.
Mas logo depois, tenho a quase certeza que naquele mesmo lugar dificilmente será replantada uma nova árvore.
Que a sombra que esteve presente, não mais existirá, até um ponto em que a geração futura nem saiba que ali houve, outrora, uma árvore. Penso na cultura, penso em São Paulo no ano que vem. E nesse nascer/morrer, talvez esteja uma dos maiores sentimentos de tempo-saudade, que talvez só tenha sentido para aqueles que passaram e sabiam que existia ali uma árvore.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

domingo, 2 de outubro de 2016

O olho interminável, de Jacques Aumont

Velázquez, é dito, era um pintor do crepúsculo, do momento do dia em que as coisas parecem se fundir no ar, em que seus contornos pouco a pouco se apagam, em que a vista se turva e começa a perceber sonhos e fantasmas. (p. 228)