quarta-feira, 30 de novembro de 2016

pergunta

você acha que, as vezes, o medo das pessoas é tanto que ela cria mecanismos para que a superação aconteça, mesmo que de forma violenta?

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

31

a passagem foi serena. no dia anterior, o cansaço e a alegria de encaminhar no ano seguinte por algo que buscava. no dia mesmo, foi tudo uma agradável surpresa acompanhada de abraços, comilanças e a felicidade de ir pela estrada [que o esplendor da manhã não se abre com faca, - já dizia Manoel de Barros], rumo ao mar.

2016 tem sido maravilhoso, por dar visibilidade à aquilo que estava latente.
mergulhar sobre o organismo vivo que nos faz matéria.

porque somos mar. também transbordamos.

domingo, 23 de outubro de 2016

chuva da primavera

Final de outubro. No meu bairro, muitas árvores caíram diante da tempestade de quinta-feira. Caminhando até o ponto de ônibus, os bombeiros serram partes dessa árvore gigante em frente do bar da dona Nice. Penso na necessidade de renovação, penso em Herman Hesse ao falar que quem quiser renascer tem que destruir um mundo.
Mas logo depois, tenho a quase certeza que naquele mesmo lugar dificilmente será replantada uma nova árvore.
Que a sombra que esteve presente, não mais existirá, até um ponto em que a geração futura nem saiba que ali houve, outrora, uma árvore. Penso na cultura, penso em São Paulo no ano que vem. E nesse nascer/morrer, talvez esteja uma dos maiores sentimentos de tempo-saudade, que talvez só tenha sentido para aqueles que passaram e sabiam que existia ali uma árvore.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

domingo, 2 de outubro de 2016

O olho interminável, de Jacques Aumont

Velázquez, é dito, era um pintor do crepúsculo, do momento do dia em que as coisas parecem se fundir no ar, em que seus contornos pouco a pouco se apagam, em que a vista se turva e começa a perceber sonhos e fantasmas. (p. 228)

sábado, 16 de julho de 2016

16 de julho de 2016.

da imagem de M. ao contar sobre o empurrar na cama e a garota italiana jogar milhões de preservativos em sua cara.

da vida de um cavalo que estava sempre a patinar em cima das telhas. um dia deixou seu estado permanente de fragilidade e ficou no estábulo de menos de 10 m2.

um adolescente assassinado no Brasil a cada hora. Macbeth nunca foi tão atual. penso nessa câmera de C., refletida para nós diante todas as dores do mundo. vivemos em tempos sombrios.

a lua em seu estado incompleto. hoje o ar é úmido, depois da chuva que não caia há mais de semanas. sobre o espírito latino-americano que deixei de lado.

querido F., o que você sentiu antes de pular? last life in universe.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

On my way

addicted: https://www.youtube.com/watch?v=AhP548sb0VI

domingo, 3 de julho de 2016

que lugar é esse,

em que a loucura é permitida.
em que as ruas se transformam apenas em reflexos das luzes dos postes.
em que o vagar embriagado é o mesmo da última pessoa a habitar a terra.

domingo, 26 de junho de 2016

Megane, 2007

Eu sei o que é a liberdade
Andar reto ao longo da estrada
Ficar distante do profundo oceano
Eu deixei as suas palavras para trás

A lua banhará qualquer caminho com sua luz
Os peixes na escuridão são como diamantes
Alguém me chamou de humano por coincidência, então aqui estou
O que eu temia? Com o que eu lutava?
Está na hora de me livrar do peso que carrego
Me dê mais força,
força para ser generoso

Eu sei o que é a liberdade
Eu sei o que é a liberdade

I know what Freedom is.
Follow the path straight ahead.
Keep out of the ocean deeps
I have left such words behind me
The Moon shines upon all paths
like Fish who swim like Diamonds in the Dark
Called a human being by chance – so here I am
What did I have to fear?
Against what was I struggling?
It’s time for me to lay down my heavy load.
Give me even more strength,
Strength to love.
I know what Freedom is.
I know what Freedom is.

Great review in http://nishikataeiga.blogspot.com.br/2010/05/glasses-2007.html

sábado, 18 de junho de 2016

faz tempo

que não escrevo aqui.

depois da viagem, voltar para casa.
ando pensando que não quero estar mais aqui. que aqui não é mais meu lar.

mas então onde seria?

quinta-feira, 14 de abril de 2016

mal estar

tempos difíceis esses em que vemos progressivamente o crescimento de um novo fascismo no Brasil. a mídia despertando nas pessoas o seu pior, manobrando e guiando todo ódio, de um modo que elas pensem que a salvação seja o impeachment da presidenta. ocorrendo isso, depois da votação da câmera no domingo, tempos sombrios em que Cunha reina com toda a intolerância e prepotência de seu discurso. um aperto forte no coração. necessidade de algo urgente que possa reacender e mudar isso, assim de repente.
domingo é a votação e gostaria de estar bem longe do bairro que bate panelas e compactua com tudo isso. ignorância e egoísmo.
diante tudo isso, não apenas no Brasil, mas no mundo, a onda conservadora e radical. imigração e fronteiras em discussão. logo mais vivencio isso e fico pensando: meu coração aguenta? ainda é possível mante-lo esperançoso?

a la Experiência n. 2, de Flávio de Carvalho

na Sé, ato a favor da democracia. estavam ali todos reunidos, dançando, cantando em meio a chuva. assim como na Paulista no dia 18.3, um clima de união contra a desolação individual e o bombardeio constante da mídia.
peguei um adesivo "Unicamp contra o golpe" e colei na blusa. encontrei amigos, foi bonito ver os balões vermelhos bloqueados pelas palmeiras-imperiais da Sé.
na volta, desço na estação Imperatriz Leopoldina, ainda com o adesivo. na avenida que dá o nome a estação, olhares de ódio, raiva. firmo o passo e sigo em frente. ignoro os vários virares de cabeça. me sinto como Flávio de Carvalho na procissão de Corpus Christi. quando chego em frente a universidade UMC um grupo de rapazes vira a cabeça. um deles grita quando eu passo: vai tomar no c**! piii, piiiii, piiiiiii.... pensei no que é esse cultivo ao ódio. no que a mídia desperta de pior nas pessoas. de que a maioria dos estudantes que me xingaram, me viam como inimiga. pois todo o ódio e revolta atual eram canalizados em duas pessoas: Dilma e Lula. e que todos que não eram a favor do golpe, deveriam ser hostilizados, punidos e sabe se lá, como muitos acreditam, fazer justiça com as próprias mãos.
tempos difíceis. pensei que precisamos absurdamente de união e precisamos também de muito amor para tentar romper esse círculo de intolerância e ódio. e é urgente dar voz a nossa insatisfação diante disso. para que, tout doucement, mude algo em tudo isso que a mídia tem despertado para a maioria das pessoas. e esses sentimentos, a longo prazo, que não são nada bons.

31.03.2016

sábado, 30 de janeiro de 2016

2016 - o início

estar com os olhos na paisagem. até que o verde se incorpore ao olhar.

sábado, 16 de janeiro de 2016

o incidente do vidro

16 de janeiro.

quando ia no supermercado, o primeiro incidente. segurava a cesta com as compras quando as cervejas tombaram e quebraram a garrafa de Heineken long-neck. a tarde quebrei um copo que costuma beber cerveja. machuquei levemente a mão. a noite, quando ia colocar as garrafas no saco plástico para reciclagem, o saco rompeu e todas as garrafas quebraram. 3 acidentes em 1 dia. estranho.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

2015

- foi o ano da minha temporada em BH.
- de pensar na vida. estar na torre do 28o. andar. olhar as nuvens.
- conhecer Cordisburgo e a gruta do Maquiné.
- iniciar um novo trabalho de segunda a sexta.
- conhecer novas pessoas. amizade com E.
- término de relacionamento com R.
- dançar.
- rever conceitos - o que não mais serve.
- parar de fumar. - pular de paraquedas, diante do grande e imenso vazio. e me sentir como um ser mítico.
- de escrever meu Microuniverso, como aniversário dos meus 30 anos.
- conhecer Vitória e pessoas maravilhosas que me acolheram.
- de conseguir auxílio para a publicação do mestrado.
- sentir um alívio financeiro.
- conhecer Cunha e o lindo lavandário.
- reconhecer e sentir gratidão.
- compreensão das limitações. não há mais espaço para tanto idealismo.
- de comer muito lâmen e eleger como prato preferido.
- tentar entender a efemeridade de tudo. o caráter passageiro para o bem e para o mal.
- experienciar algo próximo de um ataque de pânico.
- ter noção do tempo pelas crianças que crescem a cada semana.