sábado, 28 de agosto de 2010

atemporal

encontrei no meio das cartas de amor, arrumando a gaveta empoeirada do armário.
*
sei que não quero contar
a história dos espaços já conduzidos.
por mais ontens que se guarde
mesmo por amor ou saudade
não faremos amanhecer jamais

gostaria, sim, de mostrar o espaço
ainda não visto
o espaço reeinventado de assombros
e sem alarde
mas nada mais vivo quanto a luz.

quando a descoberta se faz sentir
é no presente que antecipo o futuro
mesmo no tempo que se armam as forças
para desvendar a forma clara.

creio
tenho fé na forma que não deixa resto
que estampa e cala
como a fala do poeta
que em silêncio
contém o mundo.


amilcar de castro.

3 comentários:

  1. Muito legal seu blog, me chama a atenção pela sensibilidade dos dizeres e também pela brancura dominante! abraços

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  2. K, não me canso de ler esse poema do Amilcar ...
    bom, sobre o branco do blog devo dizer que me dá um certo trabalho para ler, mas sempre vale a pena !
    Beijo!

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  3. acho que o branco foi meio instintivo. mas agora pensando, quis fazer algo que não fosse fácil de ler, não identificável no primeiro instante. quem ler, realmente quer ler. rs!

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