segunda-feira, 4 de maio de 2020

vovó yó.

Fevereiro de 1944.

O carnaval está perto. É o que se ouve de vez em quando da boca do povo.
Não sei porque este ano não tenho grande interesse como nos anos anteriores. Mas a ideia de que irei passar os três dias no sítio me anima um pouco pois até ontem quando falávamos da nossa ida ficamos influenciados que tive desejo de fazer um esforço.
Sábado finamente chegara e contente preparamos tudo, mais por triste fatalidade uma chuva forte impediu essa viagem, aliás uma viagem bem curta. Adiamos nossa ida para domingo que levantamos cedo. No bonde pouca gente. A minha frente dois rapazes sentados com jeito de pouca animação. Chegamos a Penha e a feira de lá um tanto barulhenta onde se via mais malandros. Uma fila um tanto comprida e finalmente o ônibus chegou. Sentamos separadas por falta de lugar. A cada instante que o ônibus corria lindas paisagens ficavam atrás. Eu já sentia o cheiro forte da mata. Tive desejo de fechar os olhos e ficar absorta por um momento. Quatro homens conversavam animadamente sentado atrás. O assunto referia-se ao cinema, onde as vezes umas piadas um tanto interessante deixava no ar uma forte gargalhada. A uma certa altura, não podendo me conter ri com gosto, para mias logo ficar séria e olhar novamente a paisagem. Chegamos finalmente a São Miguel, uma cidade pequena onde se via homens sentados em frente de suas casas, talvez um costume desse lugar. O que não posso esquecer foi a longa caminhada, pois não fomos de mão vazia. Durante o percurso eu não perdia um só detalhe. Como era lindo! Lugar de muitos morros e pedras onde de vez em quando, aqui ou ali milhos plantados para dar mais adiante com pedras posta pela mão da natureza.

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