- Oi!
- Oi.
- Você é da onde?
- Por quê?
- Esses olhos, é italiana?
- Não.
- Japonesa?
- Não.
- São tão familiares. Você é da vizinhança?
- Não.
- Tem certeza?
- Aham.
- Já te vi. Você não vem sempre aqui?
- Não sou daqui.
- Sabia! Pelo andar, brasileira, não é?
- Aham.
- Isso foi um sim ou um não?
- Dali de perto.
- Ah, o Rio de Janeiro. Ele continua lindo?
- Não sei.
- Olha, eu não queria te dizer. Mas você tem olhos lindos.
- Obrigada, puxei do meu pai.
- Se são tão lindos quanto os seus, parabéns a ele. Ele deve ter um porte.
- Não tem.
- Se você se sentir a vontade, pode me falar sobre isso…
- A fila andou. Vai entrar?
- Vou, vim visitar meu irmão, roubo.
- Eu, meu pai.
- Seu pai?
- É, homicídio, 30 anos.
- Matou sua mãe?
- Não, meu namorado. Ele está vindo, quer conhecê-lo? Ele vai adorar seus olhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário