terça-feira, 23 de abril de 2013

Andarilho

"é, e justamente cada espectador cria uma síntese diferente daquela imagem que eu pensei. Para mim ela foi aquilo, o desejo de fazer aquela imagem era uma tradução o que era para mim, talvez o pensamento de um andarilho que tivesse andando o tempo inteiro naquele asfalto quente, aquilo é uma tentativa de tradução em imagens o que aqueles caras estavam pensando. A forma do pensamento, a forma meio aluviada, meio desfocada, meio evanescente, meio exalatória do asfalto quente. E o caminhão pra mim, eu imaginava justamente os caminhões, porque a quantidade de caminhão que passava o tempo inteiro andando na beira da estrada é muito louco. Você fica pouco tempo ali e já começa, e eles ali tem um vácuo, o caminhão traz um corpo que traz um vácuo que te joga pro lado. é uma presença muito louca, esses monstros passando o tempo inteiro. Então eu fico imaginando quem está ali há horas, andando, comece a perceber ali como outras coisas que caminhões. Monstros, figuras que ele está se relacionando naquela caminhada que, por que não virarem outra coisa que não caminhão? . Assim, e essa imagem do asfalto quente que deforma o objeto para mim era muito simbólico disso, o que seriam esses objetos para aquele homem que caminha. Como traduzir aquilo em imagem." [C.G]

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