Acredito que essas informações não me passaram pela cabeça quando vi essa imagem. Pensei no contraste, na força de tantas árvores altas e frondosas, nascerem em um lugar, aparentemente inóspito. Essa foto, em especial, faz parte da série Kawa=Flow, em que Yamamoto diz que são reflexões sobre o mundo aonde estamos e ao mundo em que vamos no futuro.
A influência do budismo e sobretudo o Zen estão presentes em todas as suas séries como A box of Ku, Nakazora e Kawa-Flow. Nessa última série, no site do artista, um bonito relato sobre aquilo que o move filosófico e espiritualmente: a transição da natureza, um poema Haiku do monge Ryokan, o ciclo de vida de uma gota que cai das montanhas e integra os mares.
Não é necessário saber qualquer informação prévia quando estamos diante das fotografias. Muitas são em pequenos formatos, para que a contemplação ocorra de forma íntima, com o nariz próximo ao vidro. Desse modo, percebe-se os rasgos na fotografia, as beiradas irregulares, as incisões no papel fotográfico (na gelatina de prata) que transparecem em uma cor diferente daquela do monocromático preto e branco.
Tanto poderia ser dito sobre o método de trabalho e quanto da estética japonesa encontra-se inserida no seu trabalho poético. Mas acredito que não seja necessário. Presenciar, sem pressa e silenciosamente, já basta para compreender o pequeno mundo do artista. Está tudo ali, em cada imagem a ser contemplada.
Site do artista: http://www.yamamotomasao.jp
Exposição na Galeria Marcelo Guarnieri. Al. Lorena, 1966 - São Paulo - De 7/4 a 5/5/2014
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