domingo, 12 de janeiro de 2014

O Cavalo de Turim, Bela Tarr

"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: 'Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência (...)' Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim?".

[A Gaia Ciência, na crítica de Fábio Andrade]

antes de tudo, a movimentação da câmera. o plano sequência e a estaticidade da câmera como um ponto final. a mesma ação vista em um ângulo diferente: a refeição que se resume a batata, o vestir e desvestir as roupas. a recusa do cavalo (quem disse que os animais também não são suicidas?). o poço que seca. a luz barroca e pictórica de cada cena. a trilha arrebatadora.

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