quinta-feira, 9 de setembro de 2021

coragem.

foi uma das palavras que vieram durante o feriado. aquele desconforto, de que a vida pequena, diária, permeada de assuntos banais parecia que já não bastava. eles cumpriam sua função, entretinham os convidados com os assuntos variados da cultura pop. mas ainda assim, um comichão ia crescendo, como se para diminuir o incômodo, fosse necessário escrever, buscar uma síntese, um canal para o desconforto. mas faltava coragem porque o medo de exposição era grande. mas em determinado momento, à beira do abismo, eu já não tinha nada a perder.

e assim, durante anos e anos escrevendo em "rascunho", pareceu um momento oportuno para arriscar. afinal, são poucas as pessoas que param de olhar para si para ver o que o outro tem a dizer. minha vida assim, que eu considerava tão interessante, talvez o fosse só para os seres ao redor.

eram muitos os pensamentos diários sobre o mundo acadêmico, como se só isso importasse e fosse indicativo de certa singularidade durante os últimos cinco, sete, dez anos. ao final, era mais um dos caminhos que leva o acadêmico a se sentir melhor consigo, um pouco menos ordinário. o alicerce, muito bem construído, por anos e anos de leituras e reflexões, parece ser também a fortaleza que impede ver que, ao final, pouco do mundo externo se interessa pelo assunto que foi desbravado tão apaixonadamente. o presente, esse verniz brilhante que faz com que cada dia seja sentido com mais intensidade, que sobressai dentre outros tempos históricos. na ameaça do desconhecido futuro, eis aqui o esplendor do que pode ser carregado e esquecido com a mesma velocidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário