segunda-feira, 6 de abril de 2020

promessa ao mar: 22

as estátuas também morrem.

era trágico ver aquelas estátuas abandonadas. algumas, já com seu rosto desfigurado, com as mãos e os braços amputados, pareciam agonizar entre a paisagem descuidada. não era possível ver qualquer símbolo que identificasse sua alegoria inicial. cobertas de musgo, a pele de pedra emitia essa coloração embolorada dos tempos. uma delas estava no chão, como que golpeada bruscamente do palanque, com o rosto virado para os arbustos, escondendo-se, envergonhada. a decadência também fazia florescer um novo tipo de roupa. vestidas de outono, esperavam o próximo evento e os olhares curiosos dos turistas.