segunda-feira, 14 de outubro de 2013

cartas sem remente

em uma outra cidade tentei enviar uma carta sem o endereco do remetente. a funcionaria dos Correios disse que nao poderia envia-la apenas com o destinatario. nao havia logica no que ela dizia. isso porque qualquer pessoa poderia enviar uma carta nas caixas amarelas, localizadas nas ruas. mesmo assim, escrevi o endereco e sai insatisfeita do posto. hoje, na rodoviaria, antes de embarcar fui pesar duas das cartas que escrevi ontem a noite. eu ja tinha o selo. so queria confirmar que ela chegaria ao destino, mesmo com o remetente inexistente. antes, perguntei para o funcionario com cara de leoncio se poderia mandar sem o remetente. ele disse: tem gente que diz que sim, tem gente que diz que nao pode, eu prefiro mandar com. depois da pesagem das cartas, ao dizer que ia mandar a carta, ele me disse que nao poderia mandar. porque se a carta voltasse, ela seria incinerada. (ah, a humanidade, Bartleby!). sai de la com um aperto no peito. se mandar uma carta para mim mesma esta exposto o maximo de comprometimento e sinceridade, de repente, eh lancar tudo pelo nao saber do poder de um funcionario. ele vai abri-la? ela ira envia-la? ele ira jogar-la no lixo? lancar assim uma proposicao do nada da um medo e exige coragem. ha coisas que nunca voltam e podem ficar perdidas no espaco-tempo. entao qual a validade da materialidade das coisas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário